Caso Tayná: 'Um pesadelo que a gente não consegue acordar', diz irmã sobre falta de respostas 11 anos após assassinato da adolescente

  • 27/06/2024
(Foto: Reprodução)
Tayná Adriane da Silva desapareceu em 2013, em Colombo. Corpo dela foi encontrado três dias depois. Quatro homens chegaram a ser presos e indiciados pelo crime, mas denúncia nunca foi oferecida. Família de Tayná fala sobre ausência de respostas 11 anos após crime A falta de uma resposta concreta sobre a responsabilização dos suspeitos de assassinarem a adolescente Tayná Adriane da Silva faz com que o sofrimento da família se arraste. Em entrevista ao g1 nesta semana, em que o crime completa 11 anos, Márcia Fernanda da Silva, irmã de Tayná, narra como tem sido a espera da família por respostas: "É como se fosse um pesadelo que a gente não consegue acordar", lamenta. ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp ✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram A adolescente tinha 14 anos quando desapareceu em 25 de junho de 2013, no bairro São Dimas, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. Moradores encontraram o corpo dela três dias depois, dentro de um poço em um terreno em frente a um parque de diversão. Segundo a polícia, ela foi estuprada. Quatro homens foram presos suspeitos de envolvimento no crime. Eles trabalhavam no parque de diversão, próximo ao local onde o corpo da adolescente foi encontrado. O caso tramita sob sigilo e, sob esse argumento, tanto a Polícia Civil quanto o Ministério Público do Paraná não responderam detalhes do andamento do processo. A Polícia Civil do Paraná disse ao g1 que considera o caso solucionado. O MP afirmou, por meio de nota, que o inquérito policial encontra-se em sigilo, "pendente de diligências em cumprimento, razão pela qual não há que se falar em oferecimento de denúncia". Onze anos sem resposta: polícia diz que caso está solucionado, MP quer mais investigações O advogado Luis Gustavo Janiszewski, que representa a família de Tayná, afirma que os quatro homens foram indiciados. Segundo ele, os pais e irmãos de Tayná ainda têm esperança de um desfecho do caso. "Hoje em dia o questionamento não é quem matou a Tayná. O questionamento é: por que o Ministério Público ainda não ofereceu a denúncia contra os quatro rapazes?", questiona o advogado. A falta de uma denúncia por parte do MP impede a possibilidade de início de uma ação penal na qual, ao fim, os réus podem ser condenados ou absolvidos. Relembre o caso Tayná Para a irmã de Tayná, uma conclusão oficial do processo poderia trazer o mínimo de conforto para a família, que lida com a dor do luto. "Eu espero mesmo ver os quatro sentados no banco dos réus. Eu sinto que isso mudaria tudo para eles, porque eles são pais, eles precisam disso. Eu, como mãe, precisaria. Não importa se sejam condenados ou absolvidos, mas eles têm esse direito de ver os quatro serem julgados, porque a nossa família foi julgada, ainda é julgada. A gente perdeu e a gente ainda é julgada", desabafa. LEIA TAMBÉM: MP denuncia por homicídio e transfobia homem que matou defensor de casal homoafetivo em ônibus de Curitiba Paraná tem previsão da primeira geada do inverno 2024 para 31 cidades; veja quais Megaoperação contra o tráfico de drogas no Paraná mobiliza 500 policiais e prende 95 pessoas 'Tive que defender os quatro assassinos da minha irmã' Tayná Adriane da Silva Reprodução/RPC TV Antes de desaparecer, Tayná enviou uma mensagem para a mãe avisando que estava voltando para casa. Porém, a adolescente nunca chegou. Segundo Márcia, a irmã era uma adolescente responsável, que sempre avisava onde estava indo e o que estava fazendo. Por conta disso, a família sabia que algo grave provavelmente tinha acontecido, e, durante os três dias de buscas, já consideravam a hipótese de encontrá-la morta. "A gente nunca procurou a nossa irmã viva. A gente passou três dias procurando o corpo", relata. O desaparecimento mobilizou a população do bairro onde Tayná morava. Conforme a família, mais de 300 moradores ajudaram nas buscas pela adolescente. No terceiro dia de procura, os quatro suspeitos confessaram o crime, gerando muita indignação na população. Segundo Márcia, a revolta foi tão grande, que as pessoas queriam matá-los. "Eu tive que ficar de joelho no chão para que eles não matassem os quatro lá nas buscas, porque eu sabia que sem eles eu não ia conseguir achar ela". "Foi tudo muito horrível. Eu tive que defender os quatro assassinos da minha irmã, porque eu queria muito achar ela. Eu olhava para os lados e era muito grande aquela extensão, era só árvore, só mato, e eu pensava: 'Meu Deus, ela pode estar em qualquer lugar, eu preciso deles para achar'", relembra. 'Eles me pediram desculpa, mas não me falavam onde ela estava' Irmã de Tayná relembra buscas pela adolescente Ainda quando fala sobre as buscas Márcia se emociona e afirma que concentrou todas as forças que tinha para encontrar a irmã. Por conta disso, ela relembra que nem se permitia chorar. "Não caiu uma lágrima, eu ficava o tempo inteiro tentando me manter bem para ouvir direito, para tentar fazer o que precisava ser feito", afirma. Segundo Márcia, ao longo das buscas os suspeitos chegaram a pedir desculpas para ela. "Eu recebi pedido de desculpa duas vezes deles no meio das buscas. Eles me pediram desculpa, mas não me falavam onde ela estava. Eu conversava com eles e falava 'por favor, só me fala onde ela está, só quero devolver ela para minha mãe'", conta. Caso Tayná: Suspeitos trabalhavam em parque de diversão próximo a onde corpo de adolescente foi encontrado RPC 'Toda a nossa família mudou' Para Márcia, as reviravoltas que envolveram o caso criaram muitos boatos infundados sobre a irmã, o que causou uma dor adicional a família, que já estava lidando com a morte brutal e inesperada da adolescente. "Depois da morte dela toda a nossa família mudou. A minha mãe teve que se mudar, teve que parar de andar de ônibus. Eu mesma no primeiro um ano e meio depois a morte da minha irmã tive pânico. Eu não saía de dentro da minha casa, só saía dentro do carro do meu advogado ou dentro do carro da polícia. Eu tinha pavor, tinha medo", relata. Além disso, conforme a irmã, nos anos seguintes à morte, um sentimento de culpa passou a pairar no ambiente familiar. "A gente se sentia culpado até de trocar de roupa e se arrumar, dar risada, de fazer um almoço no final de ano. A gente sentia culpa, porque as pessoas culpavam a gente. Quando a minha irmã foi enterrada, as mensagens que as pessoas mandavam é como se eu tivesse que enterrar minha mãe junto. Como se a gente não pudesse estar vivo pela desgraça que aconteceu", lamenta. Outra dor compartilhada por Márcia foi que Tayná nunca conheceu a sobrinha, que nasceu cerca de um mês depois do crime. "Eu estava grávida de 8 meses quando ela morreu. Ela não chegou a conhecer a minha bebê. Cada vez que a minha filha faz aniversário, eu sei que faz aniversário de morte da minha irmã também", conta. Inteligente, dedicada e sorridente Tayná foi encontrada morta por moradores no dia 28 de junho Reprodução / RPC TV Márcia conta que a lembrança que tem de Tayná é de uma menina inteligente, dedicada, sorridente e cheia de amigos. "Ela sempre foi uma menina muito querida, era uma criança, tinha 14 anos. Ela estava aprendendo a ser manicure, fazia a unha das amiguinhas, trabalhava num salãozinho de beleza. Tinha ótimas notas da escola, era uma boa aluna. Ela sempre vai estar no nosso coração, a lembrança dela sempre vai ser boa", se emociona. A memória de Tayná também é muito presente na comunidade onde viveu. Mesmo após a morte, a família conseguiu perceber como a menina era querida. Professores dela, por exemplo, tiveram o cuidado de corrigir um trabalho escolar feito por ela e entregar para a irmã, que o guardou como lembrança. No túmulo da adolescente, muitas flores são deixadas. "Ela era diferente, é como se Deus tivesse dado ela só para dar alegria, e depois levou. Ela era uma menina muito especial", diz, com carinho. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.

FONTE: https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2024/06/27/caso-tayna-um-pesadelo-que-a-gente-nao-consegue-acordar-diz-irma-sobre-falta-de-respostas-11-anos-apos-assassinato-da-adolescente.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

No momento todos os nossos apresentadores estão offline, tente novamente mais tarde, obrigado!

Top 5

top1
1. DIAS TRISTES

SIMONE MENDES

top2
2. DAQUI PRA FRENTE

MANU BATIDÃO E SIMONE MENDES

top3
3. EQUIVOCADA

TRAIA VEIA

top4
4. RELAÇÃO ERRADA

GUSTAVO LIMA E BRUNNO E BARRONE

top5
5. TORRE EIFEEL

Anunciantes