VÍDEO: imagens de câmeras mostram que guarda municipal invadiu casa de ex-companheira com carro e a matou em cerca de um minuto, no PR
22/12/2025
(Foto: Reprodução) Guarda municipal invadiu casa de ex-companheira com carro e a matou em cerca de um minuto
Câmeras de segurança registraram o momento em que o guarda municipal Gerson Rafael Geidelis, de 46 anos, invadiu com o carro a casa da ex-companheira Jéssica Daiane Cabral de Oliveira, de 30, em Maringá, no norte do Paraná. As imagens mostram que, logo depois, ele levou pouco mais de um minuto para assassinar a vítima com a própria arma da corporação e fugiu. Veja acima.
A mulher foi morta com seis tiros na madrugada de sábado (20). O suspeito foi preso horas depois e confessou o crime, segundo a Secretaria de Segurança Pública do município.
A defesa informou que Gerson irá colaborar com a investigação. Veja a nota na íntegra no final desta reportagem.
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Nas imagens, Gerson chega com um carro branco em frente a casa de Jéssica, às 2h57. Ele espera alguns segundos e, em seguida, arranca com o veículo para dentro do portão da vítima.
Às 2h58, o carro de Gerson é visto saindo em alta velocidade. O assassinato não foi registrado pelas câmeras.
O vídeo também mostra que a Polícia Militar (PM-PR) foi chamada e chegou em menos de oito minutos ao local da ocorrência. Contudo, Jéssica já estava morta.
Câmeras registraram momento em que homem invadiu casa da vítima.
Reprodução/RPC
O feminicídio aconteceu na casa onde a vítima morava com a filha de 7 anos. A criança estava no imóvel no momento do crime.
Segundo Nicole Ferreira, amiga de Jéssica, a menina de 7 anos foi quem contou a ela sobre a morte da mãe.
“Minha afilhada veio falar para mim: ‘madrinha, eu acho que minha mãe morreu’. Perguntei por quê e ela disse que achava que o espelho tinha caído em cima da mãe”, contou Nicole.
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Jéssica enviou áudios ao guarda pedindo que ele a deixasse em paz
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Áudios enviados dias antes do crime mostram implorando para que o ex-companheiro a deixasse em paz. Em um deles, Jéssica afirma que não queria mais contato com Gerson e relata crises de ansiedade provocadas pelas insistências.
“Eu e você não temos nada, não quero mais nada com você. Você me dá um estado de nervoso que me dá crise de ansiedade. Não quero te ver [...] Peço que siga sua vida em paz e me deixe em paz também”, disse. Ela ainda alertou que buscaria ajuda caso as abordagens continuassem.
Familiares afirmam que Gerson enviou vários áudios com ameaças à vítima ao longo da semana anterior ao crime. Em um deles, ele ameaça matar Jéssica e um amigo.
Momento em que Gerson chega à delegacia, em Maringá.
Alex Magosso/RPC
Vítima tentou buscar ajuda
A RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, apurou que, três dias antes de ser morta, Jéssica tentou registrar uma denúncia por ameaça contra o ex-companheiro na Delegacia da Mulher de Maringá.
No entanto, foi até o endereço antigo da unidade. Como precisava ir ao trabalho, não conseguiu se deslocar até o novo local e não concluiu o registro.
Jessica tinha 30 anos e uma filha, de sete.
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Suspeito usou arma de serviço
Gerson é guarda civil municipal há 16 anos e, segundo o secretário de Segurança Pública de Maringá, Luiz Alves, usou a arma de serviço para cometer o crime.
A pistola foi apreendida e possui identificação da Prefeitura do Município de Maringá (PMM).
"Houve um erro cometido por um agente público. Erro esse identificado. E erro esse vai começar a ser corrigido agora, a partir do momento que esse indivíduo é preso", disse Alves.
Segundo o secretário, a conduta de Gerson será apurada em um procedimento interno, podendo resultar da exoneração dele.
Sigla da prefeitura de Maringá marcada na arma usada no crime.
Alex Magosso/RPC
Ainda segundo a secretaria, o suspeito possuía os laudos que o habilitavam a portar arma de fogo no exercício da função.
O agente público foi considerado foragido até a tarde de sábado (20), quando foi localizado perto do Bosque II pela GCM e pela Polícia Civil.
O que diz a defesa
Luiz Augusto Bigão Giacomelli, advogado que representa Gerson, disse que o agente público o procurou e decidiu se apresentar voluntariamente. Leia abaixo a nota na íntegra:
"A defesa até o momento constituída pelo guarda municipal Gerson Rafael Geidelis vem a público informar que ele mesmo entrou em contato telefônico com este profissional, no sábado pela manhã. Mas após perceber que o seu estado emocional era nitidamente ainda abalado, as primeiras conversas foram no sentido de acalmá-lo e preservar a sua própria vida.
Combinamos de nos encontrar pessoalmente e após novas orientações, concordou em se apresentar voluntariamente. Diante disso, fiz a intermediação, entrando em contato com o delegado titular da Divisão de Homicídios de Maringá, assim como com o secretário de Segurança da cidade, para que pudéssemos fazer uma apresentação dentro da melhor e correta legalidade possível.
Optou-se ainda por que representantes da Guarda Municipal o acompanhassem, como um ato demonstrando respeito e arrependimento com relação à corporação a qual servia.
Esclarece que há muito ainda a se falar sobre os motivos que o levaram a agir desta forma, mas que tudo será esclarecido nos momentos oportunos e para as autoridades competentes.
Já está à disposição da Justiça, vai colaborar e responder ao devido processo penal até a sua final responsabilização."
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